sexta-feira, 23 de maio de 2008

Contradições

Como janelas abertas, despregadas a vento
Sem beira, sem tecto, sem paredes, sem amor
Braços soltos, abertos ao vento, mas pregados em janelas.

Preso, sonho liberdades em mundos meus
Solto-me, entrando mais fundo, em braços teus.

Como portas fechadas, fundidas a fogo
Com ferros, com pregos, com cravos, com força
Mãos cerradas, duras como pedra, mas ansiosas por calor.

Liberto, procuro prisões em braços teus
Prendo-me, caindo profundamente, em sonhos meus

Apenas não quero, beijos teus em lábios meus...
Mas a todo o momento tenho desejos teus...
Que são meus...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

A lágrima derramada

Não quero que chores, não mereço
Quem te fez chorar? Não há direito
Esse já não sou eu, não reconheço
É apenas um reflexo, um inverso
Não existe perdão, se fiz, está feito
Espera-te o tudo, o nada, o universo
É parte do feitio, já não é só defeito
Não me chores então

Eu nunca fui perfeito…

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Palavras que alguem diria...

Não quero flores

Um dia cai na morte fria
Por momentos nada via
Se mais lutava, mais caía
Nada sentia
Nada tinha
Nada queria
Apenas sabia…
Que flores não queria…

Desde o dia em que, não mais levantei
Nunca mais ao teu lado me sentei
Num momento em que tudo lembrei
O calor das tuas mãos…
Não sentirei
Não falarei
Nada direi
Apenas sei
Flores, não quererei…

E quando o dia cai, noite se levanta
Meu anjo, de triste não mais canta
Amor puro de alma mais que santa
A morte que se abate, como manta
Na minha campa
Seja pedra, seja anta
Seja o que for…

Flores… nenhuma me encanta….

Aos portões

Aos portões da morte que me olham
Não atravessarei vossas barras como ar
Lutarei contra o bater do frio ferro
E sobre mim não fechará esse caixão

Às portas que os anjos guardam com a vida
Sem pedras sobre pedras, apenas mais ferro
Espinhos que me guardam de saltar, finalmente
Porque me chamam esses anjos, para esses portões?

Porque vejo apenas um velho corvo que chora…?

Porque tento tocar aquela estrela apagada…?

Porque entraste tu ai… onde eu não posso entrar…?

Como eu te adoro

Como me fazes falta nesta hora mal fadada
Meu mausoléu de profunda e sentida reflexão
Nos meus pensamentos negros e perdidos
Que só tu me deixas ter sobre ti…

Como te quero minha bela, minha adorada
Meu caixão de ideias mortas, sem ti, incompleto
Sem ti, para deixar tudo o que me mata na luz
Pois só tu, apenas tu, me podes carregar na noite

Oh, como és cheia de carícias e mimos doces
Que até meu rosto se cola em ti ternamente
E minhas mãos quase por ti entram se te agarro
Como és boa para mim, amada, minha almofada…

Tenho sono….