Numa terra levada sobre as montanhas geladas
Pende mais uma nuvem que anuncia a chuva
Sempre que passa o sol e chega a lua levemente
Pergunto em silencio onde está o que perdi
Figuras que me afundam o olhar numa imagem
Que me incendeiam todos os papeis mortos
Na cave escura e fria do meu mais querer
Nascem desejos das cinzas e sonha o homem
"Um dia, hei-de conseguir viver…"
Só essa nuvem que passa me traz o sorriso
Tira-me a voz, cala-me o rir e mata-me sempre
Para todo o sempre, em mil noites sem dias meus
Como eu queria, ver o sol nascer para mim
Pois sou desvio da mente que não nasceu livre
E tenho sempre de encontrar o norte no sul de outros
Numa ilusão de chama que afinal não é fogo
Não me queima os sentimentos que já não quero
E por isso deixo por ai perdidos…
Vergo-me pela força da própria terra seca
Rastejando pelos vidros do meu chão de pedra
E que ninguém me tente erguer sem eu gritar
Pois só sofrendo nesta noite terei direito ao dia
E então espero que nasça a luz do nada
Não me importa onde e quando a luz nasceu
Por isso não fiques mais por mim, aqui, assim
Que um dia algo me trará de volta, melhor
Pois o dia de hoje não existe mais
E serei eu que amanha ou outro dia
Me encontrarei…
terça-feira, 15 de julho de 2008
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