sábado, 31 de outubro de 2009

Neo Morpho Génesis

Um inicio pérfido da afinidade factual
Contígua informação que não se incorpora
E uma mente em constante negação
À realidade que se funde com o sonho
Sobre a determinação mais marcada

Abandona-se a divina quimera…

Nasce então o pragmatismo desistente
Sob a tutela de uma vida contundente
Morre a esperança, a convicção, a mente

Dizendo, “quem, a mim dera”…

Reformulando o teorema, a arcada
Restaurando o fulcro, talvez, suponho
Coloco pedras angulares em admiração
Para que passe sob o olhar, que chora
O conhecimento, da condição, actual

E o ser renasce… intelectual, espiritualmente
Reedificando-se, constante, permanentemente
Para que sobreviva, pelo menos, parcialmente
O pequeno pedaço, que nos deu vida, a mente!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Os mistérios da vendeta cósmica

Todo o acto se encontra com contradição
Entrelaçada sobre as vinhas da raiva
Flores de sangue, reflectida a gloria
Nasce ódio sobre a mais pura razão

Tomada por vitória, cruel e fria devastação
Negras velas do barco, carregadas de injuria
Afunda-se então, esperança, a compreensão…
Resta apenas, fumo, filosofia, planos, fúria!

E de gerações em comunhão, ódio fraterno
Crescem raízes sobre os dedos e o escrínio
Matura ódio e planos sobre o fatal desígnio
Guardados nos segredos da dor, do eterno

Chega então o fadado instante, da restituição
Justiça poética levada a cargo por Nemesis
Desconhecida figura, da morte encarnação
Que faz olhar no espelho da vaidade, sublime
O tolo que se perde dentro do próprio olhar

Que queime a vista, para não mais contemplar

E que jamais encontre paz, sobre seu crime…

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A pancada que me deu

Recebi uma pancada
Tão forte, tão profunda, potente!
Que da pancada que levei
Fiquei com uma pancada persistente

É minha, esta pancada e só minha
Única, singular, intransmissível
Impossível de ser copiada
Não, nem por outra pancada
Por parecida que seja, a pancadinha

E não foi algo às três pancadas
A pancada que sobre mim se abateu
Foi só uma, como se de água fosse
Que de pancada caiu todo o céu

E que pancada foi essa…
Unida num tecido sem fim, o eu…
Toda a luz, se apagou no infortúnio…
Tudo a pancada varreu…

De tão forte a bordoada
Que teu coração deu no meu
Hoje tenho uma pancada…
É simplesmente…
Algo que carrego… que me deu…