terça-feira, 31 de maio de 2011

Em ti, por ti, contigo

Expectativa infinda na obra inacabada
Uma vida aquém de o ser, talvez defunta
No toque dos teus olhos ganha fulgor rubro
Luz incandescente e luminescência ardente
Dormência, intuição de dor, a ferida aberta
A renúncia à entidade, existência devotamente…
Dedicada ao acto de não confiar, no amor… foge

Em ti, por ti, contigo…

Moção de matéria limitada, inanimada
Nuvens negras no céu carregado de cinzas
Velas que ardem sem destino, apenas um finito certo
Que sem se darem conta caminham no sentido de…
Despertar de afecções mútuas num dançar entre olhares
E um grito mudo que cerca duas bocas que se tragam
“Eu quero ser a chama, o clamor das brasas e do fogo”

Em ti, por ti, contigo…

Um exército de passos descontrolados
A força que arrasa as diferenças entre os corpos
E os liberta no desnível de uma cama que cai no chão
Sem controlo… morrer de beijos… de carícias…
Engasgar-se sem expirar de tanto gritar por dentro…
E um púlpito feito palco de um prazer sem fim

Em ti, por ti, contigo…

E fico… quero ficar… confiar, amar…
Depositar o conteúdo do meu peito…
Em ti… por ti… e o deixar, para sempre, contigo…