terça-feira, 2 de junho de 2009

Crónicas do fumo

Arde mais um cigarro...
Mas o fumo que se esvai, leve, vão, não leva só o ar...

A minha alma voa, corpo a dentro, sopro a fora, quente…
Do mesmo e sensual modo em que as ondas se meneiam...
Cinza que se agarra à chama numa crepitante inconstância…
Sem força... sem esforço... sem peso... ardo lenta e passivamente...
E o meu alento sobe... e em “nada” se torna, de novo, talvez...
Sendo imagem, sendo cheiro e sabor apenas por breve circunstancia...

Sendo vapor que desaparece e deixa as cinzas do meu corpo...
Sendo apenas um intervalo tóxico, um fumo inebriante,

Por um instante, breve... a definição encontra-se…

Perturbante…

Na conclusão… de que nada sou…

Nada mais que...

O próprio cigarro entre meus dedos…