É nada mais que uma necessidade mecânica
De ligar a terra ao firmamento, rapidamente
Numa mínima fracção da coerência dinâmica
O tempo sofre uma explosão, trovão, tortura
E penso no seu brilho:
“Mesmo que me ignorem todos os defeitos
Ainda assim não estarei próximo de perfeito...”
E na maior irregularidade…
Perco anos embrenhado na sofisma, rochedo
Que tento talhar apenas com os dedos nus
Sem noção de que o céu, tão obviamente
Está vedado ao escultor dos poemas crus
Pois se escrevo é só por cisma, só por medo
De um dia encontrar:
“Aqui jaz uma Mente Obscura…
Que cegou e morreu, em busca de uma luz
Para dar mais brilho à sua Obscura Mente…”
Pois minhas palavras não cortam como clarão
Minhas ideias não iluminam olhos alheios
E o rochedo, será sempre a consciência, ou não
Que me pesa e me sufoca… mas, no fim…
Me dá razão!