sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A Morte No Artista

A configuração de um relâmpago, em ruptura

É nada mais que uma necessidade mecânica

De ligar a terra ao firmamento, rapidamente

Numa mínima fracção da coerência dinâmica

O tempo sofre uma explosão, trovão, tortura



E penso no seu brilho:



“Mesmo que me ignorem todos os defeitos

Ainda assim não estarei próximo de perfeito...”



E na maior irregularidade…



Perco anos embrenhado na sofisma, rochedo

Que tento talhar apenas com os dedos nus

Sem noção de que o céu, tão obviamente

Está vedado ao escultor dos poemas crus

Pois se escrevo é só por cisma, só por medo



De um dia encontrar:



“Aqui jaz uma Mente Obscura…

Que cegou e morreu, em busca de uma luz

Para dar mais brilho à sua Obscura Mente…”



Pois minhas palavras não cortam como clarão

Minhas ideias não iluminam olhos alheios

E o rochedo, será sempre a consciência, ou não

Que me pesa e me sufoca… mas, no fim…

Me dá razão!






1 comentário:

Maria Oliveira disse...

Quem sabe se os seres não se poderão catalogar por tipos ou níveis de consciência...Quanto mais conscientes formos mais conhecimentos teremos, mas estaremos abertos ao sofrimento cortante e frio da verdade nua e crua...
Nem todos estamos ao mesmo nível em termos de consciência...
Adorei o poema. Identifica-se muito comigo e o meu sentir.

Abraço