segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Desculpa, se te digo isto

Devia ter dado o sinal de alerta no sino verde
Naquele dia de guerra intensa, teria o teu apoio
Mas decidi servir-me de um copo de miséria
E perdi o amor que trazia num cubo de gelo, ao peito
Desculpa-me… se agora digo isto, do coração…

As sombras na parede trepam-me pelos olhos
E encontro-me a sonhar, no regresso de um dia
Em que a lua vai estar vermelha, nuvens azuis…
Mas fico aqui a esperar-te junto ao telefone
Desculpa-me… se tarde, digo isto, do coração…

Vou à rua para comprar mais um bilhete
Para as corridas loucas da paixão descapotável
Sabendo que os travões estão avariados, mas…
Talvez deva ficar por aqui neste caminho…
Desculpa-me… se te disser isto, do coração…

E a lagarta sobe pela cerejeira despida, sem flor
Enquanto sente vontade de ter as costas na parede
Instável, sirvo-me de uma dose dupla de simpatia
Para que sintam tristeza, na minha insegurança…
Desculpa-me… se digo isto, sem coração…

Mulheres, douradas, escuras, todas me bateram
Para enterrar mais fundo o escopro, no meu coração
Mas nunca foram, nada mais que apostrofes…
Traços – espaços de tempo – em mim…
Desculpa-me… se te disse isto, no meu coração…

E não te sei dizer, se é uma sirene ou corneta
Mas toca-me dentro da cabeça uma musica,
Um aviso que a estrada é um perigo, mortal
E sei, que gostei mais de ti
Que as palavras podem algum dia dizer…

Desculpa-me… se nunca te digo isto, do coração…

1 comentário:

Maria Oliveira disse...

Aprender a comunicar aos outros o que sentimos é sempre um bom meio de abrir os braços à paz e ao entendimento.

Fecharmo-nos sobre nós próprios nunca será uma boa solução.

Abraço