quinta-feira, 27 de março de 2008

Negros pensamentos

Instintos caídos na escuridão de pensamentos negros e sem sentido de ser.

Não existo sem a ideia do meu ser como algo em formação contínua e paralela à destruição racional e descuidada de pedaços de alma perdidos. Tento não lembrar o facto de ser o que sou sem saber o que sou, sempre no desesperado grito mudo da solidão interna e impenetrável do homem que não sabe mais se é humano. Continuamente luto contra o animal crescente que se mostra em constelações alucinadas de ideias macabras que brilham a sadismo e crueldade fria. Mas a luta é vaga e desmotivante a cada segundo pois a vontade de uivar sobrepõe-se ao abafar do nevoeiro que crio aos olhos alheios de modo a esconder a imagem do ser selvagem que habita o coração indomado.

Não quero mais enganar-me sem motivo mas o assassino que reside dentro do meu casulo mental começa a ser mais forte que o protector da vida. Os meus ossos tremem de pensar como será o dia em que não conseguir reter tais instintos racionalmente e este louco que espreita entre as sombras se liberte, violando todas as regras irreversivelmente.

A agonia é constante, pois eu sou isto, sou um louco que quer matar a sangue frio, e um moralista que dá a vida para proteger o próximo. Tais extremos são cortantes, sangro-me em tentativa desesperada de expulsar o mal interno mas é impossível arrancar tamanha parte do meu inconsciente ser.

Só me resta fugir… gritar na solidão das árvores e correr para um local onde nada posso sofrer com a minha presença, apesar de fazer sofrer pela minha ausência todos os que me amam, apesar de tudo… amam-me… e eu faço-os sofrer…

terça-feira, 25 de março de 2008

...

Fora de serviço... indefinidamente....

sexta-feira, 14 de março de 2008

Momentos vagos (D'Aventura)

Aventuras que buscas em carinhos perdidos
Serão não mais que perdidos momentos
Como sempre soubeste que de nada valeria
Não podes afirmar que foste atraiçoada
Enquanto percorrias a par aquele trilho

Aventuras que encontraste entre aqueles degraus
Serão não mais que tristes escadas descendentes
Como passo em falso na estrada que não era
Não podes dizer que não te pudeste parar por ti
Enquanto teu coração corria, não o vias tu partir?


Aventuras que te fazem pensar o dia de hoje
Serão não mais que reflexos de um ontem
Como hora perdida em mar de fogo apagado
Não poderás ser mais inocente em teu caminho
Enquanto esperas aquela mão aberta…

Não cerres os dedos…

E desenterra o coração…

quinta-feira, 13 de março de 2008

Não me mandes calar!

Louco, estragado, irado e enraivecido!
Quero encontrar agora resposta única
Não quero que me tapes com reles túnica
Por doido que seja, não estou perdido!

Porque insistes tu em fazer de mim isto!
Quero agora os meus direitos de autor
Não quero que me roubes os meus planos
Lá por estar parado, não sou cego, assisto!

Escuta tudo de uma vez, não me cales, porra!
Se não queres ouvir enche antes os teus ouvidos
Não quero ter culpa nos erros dos teus sentidos
E não hei-de calar até que a tua raça morra!

terça-feira, 11 de março de 2008

Só eu sei

Só eu sei e apenas eu posso saber
Como é sonhar com meus olhos
Como é andar com meus pés
Só eu sei do meu profundo sofrer

Apenas vivo dentro do pensamento
Que é chorar escondido sem saber
Que é gritar ao vento sem ouvir
Apenas vivo para ser como o vento

Somente encontro palavras de dor
Como quem vê folhas no chão frio
Como quem sente neve nos dedos
Somente encontro gelo em teu redor

Simplesmente me deito aos pés da rocha
Assim em tom de quem se quer render
Assim em tom de quem quer desistir
Simplesmente por cansaço de quem chora

Monologo (Como falar comigo)

Para falar comigo preciso de me apresentar
Para conversar comigo preciso de me ver
Conhecendo-me como me conheço agora
Há diálogos cá dentro, em que até eu fico fora

Para me acompanhar preciso de correr mais
Para me seguir tenho de perguntar “onde vais?”
Caminhando como caminho ao longo da estrada
Mais vale nem tirar os pés do degrau da entrada

Para me sentar ao meu lado e escutar palavras
Para repousar no teu canto e ouvir minhas baladas
É para isso que vivo cada dia sem receio de viver
E nunca paro de me surpreender com a vida em mim

sábado, 1 de março de 2008

Curvas de mulher

Tentadoras formas tuas que não minhas

Se não era, não podia ser coração que tinhas

Que quando ias fingias sempre que vinhas

Não mais serias como mortal sumo das vinhas

-

Eras vinho tinto por entre meus brancos

Escorrias negra por entre teus prantos

Quando me recolhias em teus recantos

Docemente, invadindo-me com teus cantos

-

Fui tentado sem dó por tuas malditas curvas

Que sem pena me afogaste em aguas turvas

Sem pensares lançaste lampejo com as chuvas

E meu clamor nunca passou das palavras surdas

-

Enterrado na paixão de com força te defrontar

Escondido no desejo de jamais te decepcionar

Perdido na vontade de não mais voltar a amar

Vivo apenas mais um dia… para te encontrar.