quinta-feira, 27 de março de 2008

Negros pensamentos

Instintos caídos na escuridão de pensamentos negros e sem sentido de ser.

Não existo sem a ideia do meu ser como algo em formação contínua e paralela à destruição racional e descuidada de pedaços de alma perdidos. Tento não lembrar o facto de ser o que sou sem saber o que sou, sempre no desesperado grito mudo da solidão interna e impenetrável do homem que não sabe mais se é humano. Continuamente luto contra o animal crescente que se mostra em constelações alucinadas de ideias macabras que brilham a sadismo e crueldade fria. Mas a luta é vaga e desmotivante a cada segundo pois a vontade de uivar sobrepõe-se ao abafar do nevoeiro que crio aos olhos alheios de modo a esconder a imagem do ser selvagem que habita o coração indomado.

Não quero mais enganar-me sem motivo mas o assassino que reside dentro do meu casulo mental começa a ser mais forte que o protector da vida. Os meus ossos tremem de pensar como será o dia em que não conseguir reter tais instintos racionalmente e este louco que espreita entre as sombras se liberte, violando todas as regras irreversivelmente.

A agonia é constante, pois eu sou isto, sou um louco que quer matar a sangue frio, e um moralista que dá a vida para proteger o próximo. Tais extremos são cortantes, sangro-me em tentativa desesperada de expulsar o mal interno mas é impossível arrancar tamanha parte do meu inconsciente ser.

Só me resta fugir… gritar na solidão das árvores e correr para um local onde nada posso sofrer com a minha presença, apesar de fazer sofrer pela minha ausência todos os que me amam, apesar de tudo… amam-me… e eu faço-os sofrer…

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