segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Claustro

O branco imundo das marcas digitais
De tanto tactear por uma qualquer saída
Onde corra ar menos carbonizado, mais vivo
Que eu possa inspirar, por fim, enfim…

Ângulos fechados da superfície lisa
Já nem sinto a textura na ponta dos dedos
O negro vazio de estar aprisionado
Leva-me toda a vontade de simplesmente ser

Quanto mais penso, menos posso existir
Logo sinto falta de poder apenas sentir
Pois só quem sente pode realmente afirmar-se
Como existência completa neste mundo

Mas não desisti, ainda, sem parar de todo
Pensando quieto não poderei atingir nada
E tenho então de sair para sentir de novo
A dor que me diz “Tu existes para me sentir!”

2 comentários:

Anónimo disse...

Ola
descobri o teu blog por acaso quando andava a passear pela net e digo te nunca tinha lido nada assim... Parabens escreves muito bem...

BeijinhO continua..
Filipa =)

FE disse...

Tão bom de se ler!

O eterno conflito entre o pensar e o sentir...Pessoa escreveu-o como ninguém :)

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