segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Flor do Deserto

Vento poente que me carregas a alma
Para longe de magoas, de solidão
Trazes contigo o murmúrio das folhas
Cheiro de água, que não me lava do passado

És lamento dos meus próprios pecados
Aqueles que não cometi mas carrego
Porque nasci da terra manchada de sangue
Para ser vida imaculada, e não morte, que sou

Sou arrependimento de quem me ousa amar
Pois não dou os frutos que prometi em flor
Tantos são os espinhos em meu redor
Que nem as cores das pétalas que invento
Podem ser vistas entre entrançados de dor

Prisão emaranhada de complexidades
Adversidades, excentricidades, infelicidades
Não sei porque ainda cai esta pouca chuva
Se é apenas deserto e morte que vejo
Em redor deste ser que murchou e secou…

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