sábado, 8 de novembro de 2008

Visões turvas

A verdade naquele espelho de grades e névoa
Onde os grilhões são cordas para a liberdade
Não existe mais realidade que aquela vivida
Porque não é vida se não for por mim sentida
E eu perdi faz muito toda a réstia de sanidade
Nem sequer quero mais sentir o calor da terra

Na certeza insegura de um sentimento funesto
Por becos intransitáveis da alma, de tão cansada
Em ritmo tremulo de um passo, sem mais perdão
Procuro tudo em todos, sem ter qualquer revelação
Sei que a minha mão é débil, cobarde e desarmada
E mesmo nos dias de maior pesar, não mais protesto

Pela vontade de realizar o propósito de ser assim
Em quantos dias deixei tudo, por mais um segundo
Parti sem ar, sem vento, sem sangue e desalmado
Mas nunca fui quem morreu sem ser um dia amado
Apenas alguém a quem o amor dói mais que tudo
E sei, bem que sei, que aqui, nada há para mim…


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"A tristeza nunca escolhe um lugar para dormir"

1 comentário:

tb disse...

O amor não pode ser sofrimento, mas sim alegria e contentamento. Se assim não for é tudo menos amor.
Beijinhos