segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Perto do fogo

Fico a olhar o lume
Apenas pelo prazer de contemplar as chamas
De ver subir aquelas labaredas encarnadas
E sinto uma vontade de poder respirar o fogo
Para sentir como pode purificar o seu calor
E derreter o gelo que me aflige, por dentro

Fico, apenas, a olhar aquele lume
Pelo conforto de estar perto de uma fogueira, apenas
Só para ver como o fumo não resiste a elevar-se no ar
E as brasas se avivam com cada gesto de vento vivo
Para que a magia rubra não se torne cinza morta assim
E o negro, por um pouco, só um pouco, ilumina-se

Fico, só mais um pouco, a olhar o lume
Somente para ver o carvão que aos poucos se vai
Para tornar ao pó, em tom de promessa póstuma
E não deixar para trás restos de uma vida sólida
Para que tudo seja luz e cheiro, e calor, e som
E que de tanto querer dar, queima se for tocado

2 comentários:

Anónimo disse...

sem pensamentos á altura... mas gostei nao è lamechas! lol
Rita!!

Pandora Lupé disse...

Sr. Afonso (novamente até porque não gostei daquela constatação, pensei que já sabia por antemão o que eu penso do que escreve) Digo-lhe uma ou duas palavras, o fogo é belo, não é? Todas as cores vivazes, todos os tons… Como é possível algo tão belo tudo destruir? Tudo queimar? Simplesmente porque não destrói…tudo transforma, isso sim… Com os melhores cumprimentos daquela pessoa…*