quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Voo Picado

Sinto vontade
De correr este navio que se levanta
Como quem faz linhas sobre a água branca
Mar gelado, salvação e morte…
Queda, perdido à mera sorte…

E …

Navegar esta ilha contra um continente
Na testa do rochedo, encalhar permanente
Mergulha-la nos tormentos da Inquisição
Aninhar-me… talvez encontrar, posição…

E…

Enterrar os pés na montanha…
Ficar onde as arvores sabem o meu nome
As videiras sabem o meu cheiro
O rio conhece os meus pés
A terra tem a minha cor…

Por vezes esqueço-me de falar…

Porque um dia decidi voar no mastro
E guiar o barco terra a dentro sem olhar
….

Indivisível inferência sobre o inverno incontornável de incomparáveis negações no indelével sonhador inveterado… i… i… “… e cala-te… estás a falar demais… está frio, anda para dentro…”

E então lembro-me… “que”

Tão só e apenas…

Por vezes me esqueço de respirar…

1 comentário:

Anónimo disse...

Às vezes sabe bem deixar fluir...