Um café meio, um cigarro, um isqueiro
Objectos essenciais para a vida decadente
Mais um pouco, peço, mas a chávena é pequena
Apenas mais um pouco, o cigarro vai a meio
Pouso entre meus lábios os símbolos inertes
Do vicio, do pecado, da eterna fragilidade
Se me distraio o consolo arrefece, a chama apaga
Como em tudo, os totens de quem não vive
Mais uma beata, mais uma chávena desabitada
Destino de um tolo que apenas observa e consome
Nunca fico desperto que baste, a corrupção não cessa
Fico sempre com desejo, fico sempre aquém de mim
Desisto então de resistir e acendo mais um
Só mais um porque o dia foi longo e duro
Mas seria o mesmo se fosse de simples tédio
É assim, tudo, no amor e vicio, sempre insatisfeito
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
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