domingo, 14 de setembro de 2008

Ruínas

Doces as baladas às frias pedras da minha torre
Cantadas por um choro mudo e sem vontade
Num consolo mórbido, incurável e intencional
Do gelo branco e da neve solitária, caio também

Como pétalas de cerejeira, tingidas a dor e púrpura
Sobre as aguas lavadas da montanha quebrada
Corro eu também como fio de um sentimento
Para um mar sem lua, sem estrelas, sem sonho

Não existe destino para quem dura, apenas fado
Pois é em caminhos que não palmilho hoje, agora
Que perco toda a alma e coração, desejo ou devoção
De seguir a noite, pé ante pé, que persigo sempre, enfim

Num olhar, por fim, procuro tudo, pergunto, tento
Mas sem a luz do azul, nada vejo, nada é como é
E apenas tropeçando, tenho tacto para ver e saber
Que as pedras do meu chão, foram um dia paredes

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