sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Progresso em Retrocesso

Finalmente virado do avesso, com ou sem retorno
Vejo, ouço, cheiro, provo, sinto, mas não penso

No ponto de partida de um abismo que se abre
Encontro o conforto de uma queda sem amparo
Que o ar frio me corte, o rochedo me queime
No fogo interno e eterno de um inferno meu!

Mergulho enfim no sentimento que me persegue
Mais por mal que por um outro qualquer bem
Assumo nas mãos o sangue do meu sacrifício
E corto do peito o próprio âmago da impureza

Se em evolução de afecções quase infecciosas
Somos imoladas vítimas desse objecto frio
Que alguns tomam por quente como fogo
Eu digo apenas… amor… é o fim do jogo…

Regresso ao estado primordial da matéria etérea
E sofro a divisão Cartesiana nos prazeres e razões
Não mais me perco por alma que não me pertence
Pois não há alma que eu queira mais que a minha!

E a vida recomeça, após o quebrar do vaso caído
Sobre as cinzas nasce o nome escrito com os dedos
Do destino que há muito foi escrito… “Infrequentia”

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