terça-feira, 15 de abril de 2008

Jogos de pintura

Quando te pinto na minha pele, sem tinta, sem dedos
A toques de lamina fina e fria, ideias cortantes em mim
Sinto tuas cores e brilhos de vermelho e carmim rubro
Sei então, tenho a certeza, que te gerei e nada se cria

Destruo então todas as imagens que para ti fiz um dia
Os desenhos a tons secos de branco, negro e fogo vivo
Passo linhas na cinza apagada de uma tela que já não é
E encontro em letras perdidas o fim deste jogo cruel

Diluídos sentidos que procuram o papel e a salvação
Mãos estendidas em pedido derradeiro de mais vida
Que sorvendo visões de um apocalipse da mente livre
Pinto meus quadros, tu já não tens rosto, eu sou vazio…

2 comentários:

Uma estrela errante disse...

Olá,

Pintas um quadro com cores fortes...gostei da imagem.

Beijo meu

singularidade

Anónimo disse...

Como é possível alguém poder gostar destas palavras que me fazem sofrer tanto…Como é possível que o que aqui escreves te passe pela cabeça…Como é possível que tu te arrependas do que tivemos…
Tu que eu pintei na minha tela… não, não te criei! Pintei o que foste, o que és…não, não me criaste… não me geraste…amaste-me pelo que eu era, sou e não sei se continuarei a ser…Criámos sim, como verdadeiros artistas, a mais bela obra que algum dia vimos, um mundo onde os dois existíamos no verdadeiro sentido da palavra…Essa pequena grande coisa que formámos com empenho mutuo… Essa pequena grande coisa que valia, vale e valerá a pena… Eu não quero que seja passado, não quero que seja simplesmente uma lembrança na minha mente, uma voz estúpida e incoerente que me diz que não fiz o que devia… Eu quero que vás lá ter comigo… tu lá no fundo sabes onde estou…vejo isso nos teus olhos… eu quero que sintas como é forte o que nos une…não é simplesmente um numero estúpido numa escala que inventaste à pressão… não te afastes deste mundo simplesmente porque tens medo de acordar, simplesmente porque tens medo de me encarar… ou porque neste momento não encontras aquela paz que tivemos… lembras-te? Daquela paz que eu tanto procurava e acabei por encontrar em ti…Eu vejo no fundo dos teus olhos que continuas a saber quem eu sou, que sabes que eu n sou simplesmente uma imagem que tu emolduraste e que agora tens guardada na tua estante de recordações favoritas… Simplesmente necessitas de acordar desse sono pesado que tanto te atormenta... e apesar de tudo, eu não posso parar de te tentar acordar!



P.s: eu nao sou teatral...isto é simplesmente o que sinto...e nunca fui teatral contigo!! sabes bem disso...