segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Dá-me este prazer…

Diz-me… diz-me tudo o que em mim vês…
Tudo o que por teus olhos passa…
Eu e só eu quero saber!

Satisfaz a minha mais feroz curiosidade,
Aquela que apenas na água do rio bate,
Nas pedras do chão se lava
E no vento norte encontra saciedade…

Dá-me… dá-me apenas a mim
Todo o prazer do teu dialogo monótono…
Vende-me todas as tuas banalidades,
Todas as tuas futilidades a troco de um segredo meu…
Guarda então tudo que não me podes dizer
Para o brilho dos teus olhos…

Ou não me dês nada… se assim te apraz…
Mas não me deixes sem um qualquer conforto…

Aproxima-te e descreve-me em detalhe
Este rosto que tu e só tu podes ver
E eu, apenas eu, não posso reconhecer…

Retrata a tintas de óleo perfumado
Todo o esplendor bárbaro do rochedo
E não lhe passes qualquer verniz…

Por favor não me dispas da minha crueldade,
Pelo menos, não assim…

Olha-me… nem que seja pela derradeira vez,
Diz-me então se tens qualquer pena de mim…
Se tiveres… responde-me com um copo do teu melhor veneno…
Pois não te vou ouvir… mais vale então…
Morrer às tuas mãos…

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