quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Duas raivas, um só grito

Duas raivas num mesmo grito
Uma vermelho, a outra sangue
Arrastadas por chão de vidros
Riscadas, desfiguradas, cortadas…

Duas caras num mesmo olhar
Uma negra, a outra noite
Pintadas por uma sombra de pano
Enegrecidas, assombradas, obscurecidas…

Dois olhos num mesmo rosto
Um aberto, o outro cerrado
Feridos por fumos perfumados
Sangrentos, desumanos, ferozes…

Uma alma em dois lugares
Um dentro, o outro fora
Dividida num corpo uno
Triste, solitária e simplesmente

Desesperada…

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