segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Autópsia...

A autópsia mental continua e sequencial da anatomia dos sentimentos desposados de seus ossos e músculos, moles, flácidos, nojentos, sebosos e flácidos revelam as conclusões de um louco sobre a racionalidade… ser racional não é uma capacidade humana exclusiva e sumariamente definidora do ser orgânico que desenvolveu sinapses milhentas vezes mais rápidas que os chamados animais… mas será que perder o sentido da palavra animal serve a humanidade de modo algum...?

Vejo olhos de fogo e outros de agua, narizes tortos e outros que não cheiram, vejo bocas fechadas que ferem com o silencio e bocas abertas das quais apenas sai o expoente da inutilidade mais fútil e o reminiscente do génio perdido… vejo amores desfeitos que jamais nasceram realmente e paixões duras de pedra que se liquefazem no gelo dos olhares soltos e almas livres da prisão libertadora que é o amar sem condições e sem condições para amar…

Abro a pele com uma lamina e tento ver se é de sangue que a minha carne está carregada e se o vermelho não é apenas uma criação da minha mente condicionada… vejo o final da pele e não vou mais fundo… sei que é verdade… sei que a dor é a realidade naquele momento… num impulso de momentos tão curtos que me faz cortar mais um pouco… já fui fundo demais… já vi o que está dentro de mim… o mistério anatómico do amor está quase desfeito… a sua química equacionada e a física da atracção dos corpos materializada num calculo rudimentar da probabilidade de ter ou não ter o objecto do desejo que nasce sem mostras de proveito… sem promessa…

Como posso ser assim frio…?

Como posso ligar o mais inóspito do ser… o inatingível por palavras num texto… o sentimento sem sentido que afoga os sentidos…?

É simples para mim… é a minha protecção e a minha barreira cefálica fora da caixa craniana, invisível e intocável para a maioria…


Odeio quem ama por pena…

Detesto quem se apaixona por quem tem pena de si…

Abomino o amor proibido…

Vomito gargalhadas para quem nega o corpo…

Quero ver morrer todos os que vivem para amar por amar e nunca amam… mas sim magoam…

E sim… já o fiz… tudo… mas não me odeio… Evoluo!



Boa noite… para ti e só para ti…

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