terça-feira, 10 de junho de 2008

Deixa-me parar

O cansaço apodera-se do corpo moribundo
Hoje o tempo esvaiu-se de mim em passos
Digo mentiras à palavra “Suicídio” sorrindo
Seduzindo a morte, em brincadeira inocente

Serenamente vejo normalidade, no acto vão
Seguindo pegadas, de outros seres cegos
Encontro por vezes a paz de não cortar laços
Caminhos caídos do meu ser, tolo e perdido

Caído na estrada negra, que tracei a carvão
Apaguei o traço dos meus pés com fogo
Para matar a dor de fome e sede mais um vez
Perdida de mim para sempre, mas só hoje

E se te digo algum dia chorando lágrimas
“Amanha será melhor que hoje estou certo”
Enterra-me porque já estou a morrer de novo
E três pancadas não magoam muito mais

Porquê, mais que sofrer em vida terrena?
Levar o suplício para lá dos sete palmos
É não poder morrer de dor num ápice
Sendo obrigado a viver assim eternamente

1 comentário:

DarkPassion disse...

A morte seduz-me, por entre as palavras doces e a paz q transpira... Quero tocá-la. Senti-la.

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