segunda-feira, 23 de junho de 2008

Volta para mim primavera

Olho para os verdes campos sem pensar, raciocinar, sem dar medidas às flores da última primavera, que pousou e voou sem se fazer ver, ou fui eu que não pude abrir os olhos para a notar...
Perdi mais uma vez a essência da vida que recomeçou, por deixar morrer tudo em mim aos poucos, como as flores que vão secando sem deixar sementes neste ano que vai longo...
O que eu quero não é regressar pois não tenho sequer para onde o fazer, nada nem ninguém volta para casa, se não tiver casa para voltar! E este ano, foi mais um, em que os frutos de outros ficam maduros diante de mim, ao sabor do sol quente deste dia, sem que eu tenha os meus para dar...
Dói, saber que era verde, agora estou a secar e nunca tive o meu vermelho, pois passei ao lado das minhas flores sem as carregar...
Sem saber, sinto o que não nasceu como se tivesse partido sem aviso e quero então gritar, mas sei, que aos poucos estou apenas a perder a força, a murchar, sem tempo para saborear mais a terra molhada pela chuva, sem vontade de voltar a ter o verão para mim...
Só o vento e as sombras me confortam agora, porque somente eles me tiram o sol dos olhos e não deixam de me embalar com doçura…
Espero que o vento nunca me deixe e a sombra nunca vire, não quero perder meu amparo, debaixo deste sol que tanto magoa e não cura, apenas queima...

2 comentários:

Papagaio Louro disse...

O que tu precisas é de uma noite no Cais!!! Ou então de uma noite de Barricadas de pénalti, que dizes?

Abraço!

Darkezza disse...

muito bom, gostei:)gosto daquilo que escreves!

ps: também gosto bastante de in flames